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Dica imperdível de passeio: exposição “Tarsila para Crianças”, no Farol Santander, é totalmente imersiva e interativa

A mostra imersiva “Tarsila para crianças” estreia no dia 26 de novembro e terá 7 ambientes temáticos 

Por aqui falamos muito que lugar de criança é no museu sim! Mesmo que muitos pais torçam o nariz qualquer contato que a criança tenha com a arte é muito importante para o seu desenvolvimento. Levei a Lulu, de 5 anos, na exposição “Tarsila Popular” no Masp e foi super desafiador justamente por não se tratar de um passeio focado em criança. Porém consegui despertar o seu interesse criando um desafio para ela achar as obras que estavam no folheto que recebemos na entrada. O resultado? Ela adorou e já reconheceu os quadro da artista em alguns lugares que conhecemos. Agora, imagina se fosse uma exposição com foco na criança? Demais, não é? A boa notícia é que tem! O Farol Santander inaugura no dia 26 de novembro a mostra “Tarsila para Crianças”. São setes estações temáticas, mas sem nenhum quadro original de Tarsila do Amaral.

A mostra retrata por meio de tecnologia sensorial, cenários imersivos e narrativas integradas, o imaginário de seres, cores e formas da pintora modernista Tarsila do Amaral. Totalmente imersiva, ocupa aproximadamente um espaço de 490 metros quadrados.

Como foi a nossa experiência?

No evento para imprensa tive a oportunidade de conhecer Tarsilinha, sobrinha neta de Tarsila do Amaral. Que privilégio! Uma verdadeira artista com alma leve, sorriso gracioso, humildade no olhar, além de ter sido extremamente atenciosa e solícita.

“Tarsila para Crianças” sem dúvida se trata de uma ótima opção de passeio para fazer em família. Elas vão aprender, se divertir e sentir que tudo foi criado e pensado nelas, já que podem tocar, brincar, ouvir e sentir tudo. Os adultos também podem! Não há restrição, o que é fantástico. O colorido das obras de Tarsila já despertam na criança o desejo de conhecer esse mundo tão diferente e mágico.

Vale aproveitar para ir nas férias, em horários alternativos, para evitar fila e o grande número de pessoas que estarão concentradas (porém há limite de capacidade e na compra você escolhe o horário). Eu não tenho dúvidas de que será muito concorrida e as filas serão inevitáveis. Programe-se e não perca esse passeio. A mostra é um grande presente para os pequenos, incluindo os bebês (eu, pelo menos, levaria).

Aproveite para ir com tempo para ir ao mirante do Farol Santander e mostrar para as crianças vários locais como o Sesc 24 de Maio, o Mercadão, Catedral da Sé, entre outros. Vale também se programar para dar uma caminhada pelo centro de São Paulo.

O que você encontrará por lá?

Logo na entrada da mostra, no 20º andar, temos quatro estações: (1) Vila dos Sentidos (2) Toca da Cuca, (3) Universo Tarsila e (4) Floresta Negra.

1.Vila dos Sentidos

A exposição começa com um cenário bucólico que remete à infância de Tarsila na fazenda São Bernardo, onde cresceu brincando com seus mais de 40 gatos e fazendo bonecos de mato. Uma mini vila caipira será formada por quatro casinhas tridimensionais, rodeadas por cestos de frutas, com inspiração no quadro A Feira. Cada casinha apresentará uma característica marcante relacionada à infância da pintora, como o quarto com sua caixinha de música e bonecas de mato, a sala de estar com piano, foto de família e seus gatos de estimação, seu perfume favorito (Moment Supreme do Jean Patou), o sabonete (Pinot), objetos daquele tempo, e a cozinha com as frutas. Algumas casas têm janelas que remetem a vista da fazenda pintadas por Tarsila.

2.Toca da Cuca

Inspirado no quadro A Cuca, o público encontrará um espaço com uma projeção com os bichos divertidos inspirados nos seres imaginários presentes na obra de Tarsila do Amaral, que passarão em uma espécie de tapete imersivo, projetado dentro da Toca da Cuca cenográfica, com acesso pelo túnel da lagarta.

3.Universo Tarsila

Tendo como referência a obra Cartão Postal, os visitantes poderão colorir diferentes elementos encontrados em sua obra e os animais imaginários que habitam o extraordinário e colorido universo de Tarsila, que ganham vida em uma parede interativa instalada no andar.

4.Floresta Negra 

Com uma cenografia e ambientação sonora do que seria a floresta onírica do quadro Floresta, o público poderá se aconchegar no ninho de almofadas que simulam os famosos ovos rosa arroxeados de sua pintura. No mesmo local, baseado na obra Urutu, será possível encontrar um ovo onde os visitantes despertam a curiosidade, observando através de buraquinhos as possíveis criaturas que habitam dentro do ovo. A floresta ainda esconde um guardião, o touro preto (O Touro), que protege com seu mugido quem pensar em fazer mal à natureza. Os visitantes poderão tirar fotos no instapoint do touro. Uma reprodução tátil do quadro Floresta foi criada especialmente para que deficientes visuais conheçam a obra de Tarsila do Amaral.

A exposição continua no 19º andar do Farol, com mais 3 estações: (5) Jardim Afetivo, (6) As Cores de Tarsila, (7) Papo com Abaporu.

5.Jardim Afetivo 

Os visitantes serão convidados a embarcar em uma viagem sensorial, com animações e sons, como por exemplo, os ruídos da estação de ferro, da caixinha de música, o coaxar do sapo, os grilos, que remetem diretamente a 4 quadros de Tarsila:

Quadro 1 – O Sapo – Um sapo sorridente e juvenil, tenta decidir entre a luz do Sol, ao fundo, e o frescor da terra úmida e da sombra, à sua frente. Acima, uma floresta de cactos compartilha involuntariamente da indecisão do pequeno anfíbio.

Quadro 2 – Estação de Ferro (E.F.C.B)– Em uma paisagem repleta de símbolos e sinais ferroviários, o morro com casas humildes e coloridas se mistura aos trilhos e vagões de uma das principais ferrovias do Brasil, a Estação de Ferro Central do Brasil, que no início do século XX interligava a então capital do Brasil, Rio de Janeiro, a São Paulo e Belo Horizonte, importantes capitais estaduais.

Quadro 3 – A Boneca  Em seu vestido rodado cor-de-rosa, a boneca parece descansar enquanto se prepara para mais uma dança no universo colorido de Tarsila, onde os tons de azul puríssimo convivem sem se encontrar, o branco traça caminhos, provendo apoio, emoldurando janelas possíveis e fazendo sonhar, sem deixar de conceder espaço para o verde cantante e outros tons de rosa, em um cenário de pura magia.

Quadro 4 – Paisagem com Touro I –Entre casarios de um Brasil rural que Tarsila conhecia tão bem, posto que passou sua infância em fazendas no interior do estado de São Paulo, um touro branco nos observa altivamente, como que se apresentando como o guardião do terreiro e da fazenda.

6. As Cores de Tarsila 

Neste ambiente estarão expostos reproduções de diversos quadros impressos e as principais cores da paleta de Tarsila (Cores Caipiras: azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo e verde cantante) para a pintura brasileira e internacional. Ao centro, duas redes coloridas penduradas do teto até quase o chão, representando pinceis. Os visitantes serão convidados a se posicionar nas redes-pinceis, e percebem que no chão há uma projeção que repercute o movimento de cada pincel e vai misturando as cores e dando origem a uma infinidade de pinturas digitais aleatórias.

O público poderá responder a um quiz para adivinhar qual quadro está com a paleta de cores da artista.

7.Papo com o Abaporu 

Com cactos cenográficos e flores holográficas, o espaço abrigará instalações inspiradas em três obras importantes, AbaporuSol Poente e A Lua.

Sol Poente –Com cenografia inspirada na obra, o espaço servirá de cenário para fotos, com um fundo cenográfico projetado com os círculos cor laranja concêntricos em movimento e pufes espalhados a frente que representam os animais da obra de Tarsila.

A Lua – Um balanço remetendo ao famoso quadro que acabou de ser adquirido pelo Moma. Um observador solitário aprecia a Lua formosa, pintada com a cor do Sol, que ilumina campos, colinas e um riacho em curva tão fechada e circular, que se opõe à própria Lua, sem saber se está minguando ou crescendo.

Papo com Abaporu

em frente a uma reprodução do quadro Abaporu, que se transformou na mais importante obra de arte do país, símbolo do modernismo brasileiro e do movimento antropofágico, haverá dois totens touchscreen com perguntas que serão respondidas pelo enigmático personagem de cabeça minúscula e um pé enorme, via inteligência artificial através dos serviços do Watson, da IBM, matando a curiosidade e o interesse de todos os presentes sobre antropofagia e seu contexto. Acessibilidade, outro tema de suma importância, terá uma reprodução tátil do quadro Abaporu, criado especialmente para que deficientes visuais conheçam a obra de Tarsila do Amaral.

O projeto é assinado pela YDreams Global. Possui curadoria da sobrinha-neta Tarsilinha, Patrícia Engel Secco e Karina Israel.

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Família no Parque