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Interação social das crianças na quarentena: como lidar com o isolamento?

Coordenadora do curso de Psicologia da Universidade Cruzeiro do Sul, aponta a importância da interação social no desenvolvimento infantil e aborda como os pais e cuidadores podem lidar com essa situação

A interação social é necessária para o desenvolvimento das habilidades sociais das crianças. O cenário atual reflete um grande desafio relacionado ao desenvolvimento dessas habilidades. Apesar das crianças estarem na companhia dos pais, o contato com outras pessoas fora do ambiente doméstico é essencial.

“A partir dos dois anos de idade a criança começa a se independer dos pais e interagir com outras crianças. A interação social permite a criança observar e experimentar formas de reagir, podendo desenvolver outras formas de lidar com seu mundo social.”, comenta a professora Drª. Simone Ferreira da Silva Domingues, coordenadora do Curso de Psicologia da Universidade Cruzeiro do Sul.

A psicóloga aponta que o convívio escolar é essencial para o desenvolvimento físico e social da criança. A escola é um espaço privilegiado para a criança exercitar o desenvolvimento das habilidades sociais. Como exemplo, inferir e atribuir pensamentos e sentimentos aos outros e experimentar regras e limites.

“É no convívio com outras crianças que elas exercitam e desenvolvem as habilidades sociais, através das brincadeiras e jogos educativos”

 

Simone alerta os cuidadores quanto ao tempo de exposição das crianças com os meios eletrônicos durante a pandemia. “Os pais precisam saber dosar o tempo de uso, independentemente da idade. É importante desenvolver atividades que permitam ampliar a capacidade de autocontrole físico e emocional”, ressalta.

A respeito da quebra da rotina, o afastamento de pessoas queridas e familiares pode gerar nos pequenos um comportamento de ansiedade e angústia. “Quanto menor a criança, maior a dificuldade para entender o motivo de não poder estar com as pessoas que gosta. Temos que ter paciência para lidar com as emoções que podem ser geradas. Os pais podem auxiliar encorajando a criança falar sobre seus sentimentos” comenta.

Por fim, a Drª. Simone argumenta que esse momento de pandemia é único e afeta o comportamento de todos. “Temos que exercitar nossa capacidade de se colocar no lugar do outro, para anteciparmos reações e sentimentos. Como as crianças prestam muita atenção nos comportamentos dos adultos e, nesse momento estão convivendo mais com eles do que com seus colegas, se soubermos lidar melhor com nossos sentimentos, podemos proporcionar a elas formas mais assertivas de se desenvolverem socialmente”, conclui.

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