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Musical “A Borboleta Sem Asas” aborda deficiência com os pequenos no Teatro Maria Dudé

“A Borboleta sem Asas”, ue já teve até adaptações para a TV, traz muita música, reflexão e artistas de vários estados para o palco do Teatro Maria Dudé

O musical A Borboleta Sem Asas, em cartaz no Teatro Maria Dudé, localizado na zona oeste de São Paulo, é a maior prova de que é possível falar de assunto sério com as crianças de maneira leve e até divertida! A obra aborda um tema pouco falado em espetáculos, mas que não deixa de ser importante, até mesmo por uma questão de representatividade: a deficiência física. As apresentações são nos dias 19 e 20 de novembro, às 16h.

E olha que bacana: os ingressos a partir de R$20 e podem ser adquiridos clicando aqui.

Na peça, Babi é uma borboleta que nasceu sem asas. Certo dia, ela decide ir até o lago com as outras borboletas. Mas, elas a destratam por causa de sua deficiência. Ao decidir ir até o lago pela terra, ela conhece diversos outros insetos que a ajudam em sua trajetória. Alguns desses insetos são a abelha Abel, o caramujo Magnólio e o vagalume Lamparino. Cada um com sua particularidade.

A obra, que ganhou versão atualizada em 2019, foi criada em 1996, a partir de um desejo de César Cavelagna e Marcos Okura de discutir o assunto da deficiência com os pequenos. O sucesso da abordagem foi tamanho que A Borboleta Sem Asas ganhou duas montagens profissionais para o palco. Uma delas é da extinta Cia de Teatro Rock, de Ferraz, Okura, Fezu Duarte e Fábio Ock, uma montagem criada por estudantes ao fim de uma oficina de teatro. E a outra é uma adaptação audiovisual para o programa Teatro Rá-Tim-Bum, da TV Cultura.

Nova versão

A nova versão é de César Cavelagna, com dramaturgia de Marcos Ferraz. As músicas de Marcos Okura, Ricardo Brunelli e Vinícius Loyola. Já direção musical é de Vinícius Loyola e a direção artística de Paula Flaibann e Bebel Ribeiro.

Juntos, eles apostam na proximidade com as crianças da nova geração. Para isso, algumas adaptações foram feitas. Alguns exemplos são músicas que flertam mais com o pop e a principal ocupação das borboletas que hostilizam Babi – se na versão original elas eram modelos, agora elas são digital influencers. É uma versão da Borboleta para os anos 2020.

A Borboleta sem Asas

Músicas

O espetáculo é composto por dez músicas. O diretor musical Vinícius Loyola apostou em diferentes gêneros e referências que alcançam crianças e adultos. Pop, rock, tango, disco e axé integram a trilha sonora. Os figurinos de Juliana Sanches fogem do óbvio na representação dos insetos. Afinal, ideia é não ter nada muito realista. Há apenas alguns elementos do figurino que remetem ao inseto em questão, mas isso só se revela mesmo pela dramaturgia.

Cenário

O cenário, também assinado por Juliana, é simples e objetivo. Escadas, guarda-chuvas estilizados como flores e puffs em forma de cogumelos enfeitam o jardim que ambienta a história. As adaptações feitas no texto foram anotadas em tempo real. O intuito disso é manter a dinamicidade da peça, afinal, uma piada que funciona hoje pode perder o sentido em pouco tempo. Foram feitas atualizações a cada ensaio para manter a peça atual em todas as sessões e temporadas.

Artistas

A peça foi viabilizada pelo Grupo Trapiche de Teatro. O Grupo tem como essência de seus estudos encontrar pontos de intersecção entre o teatro musical, o cinema e o teatro clássico ou teatro de texto. Trazer um tema de tamanha relevância como esse, em um país onde ainda sofremos com a falta de apoio e preocupação com o portador de necessidades especiais num espetáculo voltado para o público infantil e jovem, colabora no debate e age como agente facilitador para a discussão principal.

Ao convidar os artistas para criar a nova versão de A Borboleta Sem Asas, o Grupo Trapiche deu total liberdade para que a equipe criativa desenvolvesse a peça. Na audição, foram recebidos mais de 200 currículos. Foram feitos testes com 60 pessoas, a equipe chegou a 18 e selecionou para a montagem sete artistas.

Além da exigência de que os selecionados fossem habilitados para atuar de acordo com técnicas do teatro musical, a seleção também levou em conta a diversidade, resultando assim num elenco plural em vários aspectos. A peça tem atores de Fortaleza, Distrito Federal, Manaus e interior de São Paulo, em cidades como Caieras, Bauru e Santo André.

As personagens da peça também trazem elementos humanos que podem gerar reflexões sobre o respeito à diversidade. O zangão, por exemplo, é debochado e vaidoso e a abelha é muito trabalhadora. Já o caracol é um tipo apaixonado e o vagalume é um sábio. Mesmo com todas as adaptações, a mensagem de acolhimento das diferenças e do entendimento que são elas que nos fazem únicos está mantida na peça.

A Borboleta sem Asas

Sinopse “A Borboleta Sem Asas”

O espetáculo é ambientado em um grande jardim, onde vários animais e insetos buscam viver em harmonia. Assim, à medida que segue em direção ao lago, Babi, a borboleta sem asas, conhece o caramujo Magnólio, a abelha Abel e o vagalume Lamparino, entre outros, cada um com sua particularidade. E vai descobrir, nessa caminhada, que as deficiências são eficiências singulares, um modo particular de ser e estar na vida.

Serviço Passeios Kids:

A Borboleta Sem Asas – Grupo Trapiche de Teatro

Datas e horário: 19 e 20 de novembro, às 16h

Local: Teatro Maria Dudé

Endereço: Rua Virgílio Várzea, 98, Itaim Bibi – São Paulo/SP

Duração: 60 minutos

Classificação: Livre – Indicado para maiores de 4 anos

Ingresso: De R$ 20 a R$ 40 – Compre aqui

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