Categorias: viagem

A primeira viagem sem minha filha

Após ler o positivo do teste de gravidez a nossa cabeça vira de pernas para o ar.
Desde o parto até o final da primeira infância a nossa cabeça geralmente se torna um lugar que só ocupa espaço pensando em como proteger sua cria desse mundo cheio de armadilhas.

É aí então que você se depara com o que restou do seu casamento.
De repente vocês são duas pessoas com um único objetivo em comum, ser pai e mãe.
Pois foi diante desta situação que tive a brilhante ideia de comemorar o aniversário de casamento com uma viagem a dois, onde a Juju, de apenas dois anos, passaria longos quatro dias com a avó e nós iríamos para uma ilha, local onde nosso relacionamento começou, tudo a ver conosco e perfeito para relembrarmos quem é aquela pessoa que dorme todo dia ao seu lado.

Um mês antes eu até que estava animadinha, o coração um pouco apertado,  mas estava pensando em todos os lados positivos. Foi então que descubro que minha mãe a levaria para uma praia e minha cabeça doida de mãe começou a traçar todos os perigos dessa viagem.
Alguns dias antes eu só chorava, mas era consolada pelas amigas que diziam que eu estava no caminho certo, então bora lá Camila, siga em frente.

O grande dia chegou e estávamos esperando minha mãe vir buscá-la: eu, Juju e a mala de roupas, a de coisas de piscina, a de pijamas, a de brinquedos, a nécessaire, o pequeno kit de primeiros socorros e uma malinha de sapatinhos (um para cada ocasião). Acho que aquela cena já refletia bem meu estado de espiríto…

Juju no carro, na cadeirinha, deixei que meu esposo a colocasse e conferisse o cinto. Senti que se o fizesse as lágrimas enfim escorreriam. Fiquei falando mentalmente que se a minha mãe cuidou de mim por anos e eu sobrevivi, ela sabia o que estava fazendo.

Dei um beijo rápido e fechei a porta, não queria mesmo que ela percebesse meu desespero. E aí o carro se foi…

Sabe quando dizem que deixar o filho ir para a escola é cortar o cordão umbilical? Pois é. Acho que quando trabalhamos o cordão se estica, não é possível, você deixa a criança na escola e depois vem buscar, mas uma viagem, ah, isso sim é acabar com o bendito. Eu fiquei … vazia.

Bom, agora me restava curtir a viagem, que por sinal foi sensacional. Realmente foi ficando mais fácil e aproveitamos demais.

Conhecemos lugares novos, jantamos a dois sem nenhuma intervenção. Passamos quatro dias naquele lugar lindo nos curtindo e nos redescobrindo. Foi aí que entendi todo aquele meu plano. Realmente eu precisava daqueles momentos e voltamos totalmente revigorados e apaixonados.

A viagem acabou e fui recebida com um longo abraço, um lindo sorriso no rosto e contei … todos os dedinhos estavam lá, ela sobreviveu!

Se indico o que fiz? Sim. Acho essencial. Resolveria o problema de vários casais que estão totalmente perdidos em suas relações. Se eu faria novamente? Hmmm, estamos programando a do ano que vem, mas preciso desses 12 meses para me recuperar.

E acho que no próximo ano será mais fácil, umas duas malas a menos, quem sabe eu consiga dar tchauzinho pela janela ou quem sabe até eu não repita o discurso de 3 horas para minha mãe, listando tudo que ela precisava saber.

A dica é se libertar e curtir cada momento. Faça o teste. Quem sabe dá certo com você também!

Publicidade

Família no Parque